A 3ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro concedeu medida cautelar para proteger a Ambipar de credores, em um movimento que antecipa a recuperação judicial da companhia. A decisão reconhece o risco de colapso financeiro diante de cláusulas de cross-default que poderiam acelerar um passivo estimado em R$ 10 bilhões.
O caso ganhou contornos ainda mais graves com suspeitas de fraude cometida por um ex-executivo em contrato com o Deutsche Bank. O banco alemão exige aporte imediato de R$ 60 milhões, enquanto o Santander já notificou vencimento antecipado de dívidas. Somadas, as obrigações chegam a US$ 550 milhões.
Apesar da ausência de documentação completa, o juiz entendeu que a urgência justificava a cautelar. A medida evita repercussões irreversíveis sobre a saúde financeira da Ambipar, considerada uma das maiores companhias globais do setor ambiental. Segundo o advogado Ruy Toledo Piza, sócio do FAS Advogados, esta cautelar, na prática, permite que o grupo ganhe algum tempo, uma vez que a decisão judicial suspende por 30 dias o pagamento de dívidas, execuções, além de impedir o acionamento de cláusulas de vencimento antecipado, incluindo e cross default.
O episódio expõe os desafios da empresa em reequilibrar suas finanças, preservar operações e recompor a confiança de credores e investidores. O processo poderá servir de referência para a aplicação de tutelas prévias em casos de crise sistêmica no mercado corporativo brasileiro.
Fontes: CNN Brasil, Valor Econômico, Folha de S.Paulo, Reuters
